Os residentes abandonaram duas comunidades no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, após o assassinato de três pescadores no sábado, disseram hoje à Lusa fontes das comunidades.
As comunidades de Mapate e Mandela ficam a quase 50 quilómetros da sede distrital.
A fuga da população começou no sábado (26.10), quando os populares encontraram corpos de pescadores com sinais de três degolação, nas margens do rio Messalo, do lado de Macomia, na sede do distrito de Muidumbe.
Os populares atribuíram o ataque a um grupo de terroristas que circulará na região.
Neste momento estou em Nanhala, saí de Mandela e outros estão nas matas. A situação é má, os terroristas estão em direcção à nossa aldeia, relatados uma fonte a partir da localidade de Nanhala, distrito de Mueda.
Para além de Nanhala, a mesma fonte conta que há centenas de pessoas em fuga e outras nas matas, incluindo idosos que ficaram a pedir socorro.
Saímos em debandada. Há idosos que não se aguentam e sem ninguém. Eu ajudei um até a um certo ponto, disse ainda.
Na mesma situação estão os moradores da localidade de Mapate, que abandonaram a comunidade para locais considerados seguros.
Fugimos quase todos. Os terroristas estão muito próximos da nossa aldeia, disse uma fonte de Mueda.
Desde outubro de 2017 que a província de Cabo Delgado, rica em gás natural, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo fundamentalista Estado Islâmico.
O último grande ataque ocorreu em 10 e 11 de maio, na sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses , que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
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