Protestos: Polícia agiu assim porque teve instrução

 Em Moçambique, o jurista Wilker Dias, coordenador da Plataforma de Monitoria Eleitoral, DECIDE, apresentou à PGR de Moçambique uma queixa contra o ministro do Interior em exercício, 

Protestos Polícia agiu assim porque teve instrução

Pascoal Ronda, assim como contra o Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) , Bernardino Rafael, responsabilizando-os pelas atrocidades arbitrárias,

 pelo uso desproporcional de armas de fogo e pelos danos, assim como pelas mortes de cidadãos indefesos que se manifestaram pacificamente a favor da verdade eleitoral.


 explica que, como defensor dos direitos humanos, não poderia ficar quieto diante do que chama um ataque coordenado contra os direitos humanos.


O que o levou a dar esse passo?

Wilker Dias (WD): A razão de apresentação da queixa é muito simples. Ao longo destas manifestações, verificamos em diversos pontos do país a polícia disparar e usar a balas reais. 

Como defensor dos direitos humanos, não poderia ficar quieto, diante de uma situação que considero um ataque coordenado contra os direitos humanos. 

Porque não foi só Maputo e Nampula que se obtém isto. Foi em todo o país. Temos casos e provas que foram apresentados neste processo submetido ao Comandante Geral da PRM e ao Ministro do Interior.


E é por este motivo que foi submetido este processo, porque se as polícias tomaram este tipo de ações, é porque receberam instruções para tal. Não se recorreu apenas à polícia de proteção simples. 

Vimos nas ruas também uma força de intervenção rápida, agentes operativos em diversos pontos, polícias de trânsito a disparar em Chimoio. 

Portanto, são ações que levam a crer que foram coordenadas. Se não tivessem sido feitas, teríamos visto o comandante a repudiar e a distanciar-se [deste atos], o que não aconteceu.

Acredito que não há nada que justifique o uso de armas letais, porque a população, em nenhum momento, esteve armada para que a polícia pudesse causar tal atuação.

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