Três pessoas foram baleadas mortalmente pela Polícia da República de Moçambique (PRM), no bairro de Namicopo, na cidade de Nampula, na continuidade dos protestos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reivindica a vitória nas eleições de 9 de Outubro.
Um residente de Namicopo contou que a manifestação começou de forma importadora, mas seguiram-se tumultos com a presença da polícia, que atirou contra um suposto motociclista e um menor de aparentemente 12 anos.
A fonte diz que várias pessoas foram atingidas por balas, o que enfureceu a população que fez refém um agente policial à paisana.
Em conferência de imprensa, o chefe das relações públicas no comando da PRM, na cidade de Nampula, chamou as acções dos manifestantes de terroristas.
Perseguição
Dércio Samuel contou que a ação dos manifestantes obrigou a polícia a agir para resgatar o colega que estava em perigo e que os membros da polícia em cooperativa com o Serviço de Salvação Pública foram ao posto administrativo para debelar o fogo que consumia o edifício do posto administrativo de Namicopo.
A morte das três pessoas ocorre dias após os delegados distritais do partido PODEMOS, que apoiam a candidatura de Venâncio Mondlane, terem denunciado que são perseguidos por agentes da PRM, desde a mobilização das manifestações eleitorais.
Em resultado disso, alguns não estão a dormir nas suas próprias residências, disse José Ali, delegado político distrital daquele partido, na cidade de Nampula.
Para Ali, esta perseguição é política e visa silenciar os que criticam o processo eleitoral.
A PRM negou a acusação, com o porta-voz Samuel afirmando que todas as pessoas que se sentem ameaçadas e perseguidas, denunciam outras instâncias como a Procuradoria, o Tribunal e o Serviço de Investigação Criminal.
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