A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pediu hoje contenção face às manifestações pós-eleitorais em Moçambique, defendendo o diálogo "pacífico e construtivo" como solução.
A SADC apela a todas as partes para que exerçam contenção e se abstenham de atos que aumentem a violência e atrapalhem", refere-se num documento da SADC assinado por Samia Hassan, Presidente da Tanzânia e, atualmente, do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política , Defesa e Segurança da SADC.
Em causa está a crise pós-eleitoral que Moçambique atravessa desde outubro, com protestos e paralisações que culminam em confrontos entre polícias e manifestantes, com quase 300 mortos, segundas organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
A SADC manifesta abertura para ajudar Moçambique a partir de “mecanismos adequados” para o diálogo, destacando a necessidade de “cessação imediata de todas as hostilidades”.
"A SADC salienta que todas as partes devem abraçar o diálogo pacífico e construtivo como via preferida para resolver as reclamações", lê-se ainda no documento.
O Conselho Constitucional (CC) proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo como vencedor da eleição para Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da FRELIMO, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.
Este anúncio provocou novo caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane, candidato presidencial que obteve 24% dos votos segundo o CC, nas ruas, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar uma desmobilização.
Pelo menos 175 pessoas morreram na última semana de manifestações, elevando para 277 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 586 baleados, segundo o mais recente balanço feito pela plataforma eleitoral Decide, que acompanha o processo.
Moçambique: Governo reforça medidas de segurança
siga nosso canal do whatsapp para nao perder novidades clique aqui
Enviar um comentário