Venâncio Mondlane diz estar a ser vítima de perseguição política por conta dos últimos desenvolvimentos envolvendo a sua pessoa e pessoas próximas a si ou integradas no seu projecto político. Desta vez envolve a sua mandatária financeira e o seu assessor de comunicação.
É que, esta semana, ele foi ouvido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) durante quase dez horas sem, segundo diz, não ter sido explicado se pesava alguma acusação sobre si.
A audição na PGR ocorreu depois de, na semana passada, quarta-feira (05), ter sofrido uma suposta tentativa de assassinato por parte da Unidade de Intervenção Rápida (UIR). Numa acção de dispersão de massas, disparos da UIR atingiram o veículo onde se encontrava Mondlane. Foram pelo menos seis balas contabilizadas, conforme divulgou a sua assessoria.
Na noite de sábado, dois jovens em Massinga foram assassinados por desconhecidos. As vítimas faziam parte do projecto político de Mondlane, conforme disse a assessoria aquando da divulgação da informação.
Os”ataques-relâmpago”
Segundo Mondlane, sucede que as ‘repressões’ não pararam por aí. A continuar, esta semana, no dia da sua audição na PGR, ao se fazer acompanhar pelo seu assessor de comunicação, Dinis Tivane, eis que a este foi emitida uma intimação para prestar declarações no Gabinete Central de Criminalidade Organizada e Transnacional. Isto, consoante Mondlane, ocorreu quando Tivane ia se informar sobre o interrogatório. “Olharam para ele e lhe passaram a notificação”.
Na manhã de ontem, Glória Nobre, a mandatária financeira do político, foi detida por autoridades policiais em sua residência. Já na 8ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique, no Porto de Maputo, o advogado foi impedido de se comunicar com a cliente. Esta foi impedida de assinar o mandato para ter assistência de um advogado. As motivações e circunstâncias da detenção são desconhecidas.
“Não sabemos em que tipo de país nós estamos…” disse, notando que, desde Outubro a esta parte, 42 pessoa associadas ao seu projecto político morreram assassinadas, havendo mais e 400 que sofreram repressões.
“Quero que todo o mundo saiba o que está a acontecer. Isto é perseguição política. Está mais do que claro. É um nível de intolerância, num país antidemocrático, dominada por um partido, através do terror, intimidação, perseguição e assassinato” concluiu, ontem, numa entrevista CIP Cast, do Centro de Integridade Pública.
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